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Maternidade e Universidade

08.05.2021

E lá se foi mais uma...

Kamila Eulálio

Com o passar do tempo tivemos um grande avanço na temática de maternidade dentro da universidade, podemos localizar diversas universidades no centro dessa explosão do debate. Aquilo que Graça Rua chamaria de o “estado das coisas”. Maternidade e universidade é isso, um problema que sempre existiu nas durante muito tempo não esteve no debate público. Eu poderia citar aqui citar diversas colegas que fizeram disso um debate público e transformaram o estudantil. Mas, enquanto escrevo, nós perdemos mais uma. Quantas de nós já não se sentiram quase impelidas a desistir de lutar? São os filhos, a casa, as parentes, o trabalho, os relacionamentos amorosos, o autocuidado e um bando de outras responsabilidades que se misturam com a luta por mais direitos materno-estudantis. E quantas de nós vão se perdendo no meio dessas demandas? No Colodanda já perdemos várias. E toda vez alguém anuncia a saída vemos o quão exaustas estamos todas. Cansadas demais para acrescentadas mais uma função. E lá se foi mais uma...

 

Esse texto não tem a finalidade de julgar ninguém, nem a organização dos coletivos, nem mesmo quaisquer uma de nós que não percebemos a partida de alguma outra mãe. Afinal de contas, estamos nós também à beira da desistência. Não há um culpado, a não ser é claro esse sistema que nos obriga a ser multitarefas como na propaganda do Assolan. 

 

Só não poderia deixar de falar dessas perdas e como isso afeta o dia a dia e a existência dos nossos grupos. Mas, como perceber? Como evitar o esvaziamento dos coletivos materno-universitários em tempos tão complexos? Como promover mais conexão entre todas, para que os coletivos sejam uma base de apoio e luta? 

 

Ficam essas questões para que possamos refletir e um dia talvez chegar a uma solução...

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