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Maternidade em Questão

EDIÇÃO ESPECIAL 30.06.2021

Sobre mim, sobre nós, sobre esperança....

Mádhava Hari

            Devido a muitos discursos que exigiam que eu me dedicasse exclusivamente aos meus filhos, este entendimento me fez desistir de muitos desejos e sonhos. Mas também a cada filho eu sentia a necessidade de ‘renascer’ através de alguma ação concreta e estas ações sempre foram o estudo das minhas escolhas.

           

            Quando meu primeiro filho tinha pouco mais de um ano, eu passei no primeiro concurso. Quando minha segunda filha tinha pouco mais de um ano eu passei no terceiro concurso e assumi um cargo de liderança. Quando minha terceira filha completou um ano eu iniciava o mestrado. Foram marcos que traziam esperança de que eu não ia sucumbir, eu ia resistir. De que eu não iria viver apenas a maternidade, minha vida continuaria.

 

             Alguns privilégios me atravessam, sou uma mulher branca, que sempre tive apoio da minha família no cuidado com as crianças. A parentalidade sempre foi exercida e isso me dava condições de persistir. O fato de ter um trabalho com estabilidade também me proporciona condições materiais que amenizam o impacto da existência de uma criança na vida das mulheres.

 

             Quando nascemos já existe um mundo posto para nós. Cada ação nossa neste mundo contribui para a manter a ordem posta ou rompe com a ordem? Numa sociedade patriarcal cada ação da mulher rumo a sua emancipação é forte, política e serve para que as gerações seguintes reflitam e atuem de forma a não aceitar a opressão de mulheres.

 

              O fato que quero atentar é que minhas questões, não são apenas minhas, são nossas. E quando socializamos os mesmos desafios também encontramos e socializamos caminhos e possibilidades. É quase sempre entre nós mulheres que encontramos redes de apoio: uma avó, tia, primas, irmã...

 

              É sobre a importância de criarmos essas redes, enquanto lutamos por redes de apoio institucionais, para que a esperança de dias melhores viva entre nós! Driblar a rivalidade que nos incentiva e darmos as mãos nos fortalece na luta!

Esse texto é o último da minha coluna! Foi um projeto potente de disseminação de conhecimentos, partilhas de experiências e problematização na sociedade sobre a condição das mulheres mães! Sou grata ao NIEM na pessoa de Camila Cidade pelo convite, experiência e pela troca! Agradeço a todes que dedicaram seu tempo a ler a coluna!

    

             Sigamos firmes, fortes e juntas!

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